Modulação da microbiota intestinal com estilo de vida: resultados de um programa intensivo de 14 dias

Autores

  • Daniel José Matos de Medeiros-Lima Coordenador Científico, Professor Associado, Clínica SPA Rituaali, Faculdade de Medicina de Campos, FMC, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil https://orcid.org/0000-0003-4930-0533
  • Lorena Pinto Andrade Professora, Centro Universitário de Barra Mansa, UBM, Barra Mansa, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0003-2906-334X
  • Gabriela Raimann Diretora Médica, Clínica SPA Rituaali, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.61661/congresso.cbmev.7.2024.126

Palavras-chave:

MICROBIOTA INTESTINAL, obesidade, medicina do estilo de vida, inflamação, dieta baseada em plantas, microbioma

Resumo

Este relato de caso descreve as alterações da microbiota intestinal em um paciente de 61 anos com obesidade grau III e hipertensão arterial, após 14 dias de internação em uma clínica especializada em Medicina do Estilo de Vida (Rituaali). O paciente foi submetido a um programa intensivo, que incluiu uma dieta plant-based, prática diária de atividade física, sessões de atendimento psicológico, discussões em grupo sobre propósito e espiritualidade, além de um enfoque em conexões sociais. A análise da microbiota intestinal foi realizada antes e após o período de internação, utilizando o sequenciamento da região V3/V4 do gene 16S rRNA. Comparando os resultados dos exames de microbiota intestinal de 26/08/2024 e 20/09/2024, observou-se um aumento expressivo de Faecalibacterium prausnitzii (13,6% para 22,4%), Eubacterium rectale (1,2% para 3,0%) e Roseburia (1,0% para 1,6%), bactérias conhecidas por suas propriedades anti-inflamatórias e produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), os quais promovem a integridade da barreira intestinal. Além disso, houve redução significativa de bactérias pró-inflamatórias como Escherichia coli (3,2% para 2,1%) e desaparecimento de patobiontes como Klebsiella pneumoniae e Sutterella wadsworthensis. A proporção de Proteobacteria, filo associado à inflamações crônicas, reduziu de 8,0% para 2,1%, enquanto a razão Firmicutes/Bacteroidetes ajustou-se de 4,2 para 3,8, favorecendo um ambiente microbiano mais equilibrado. Esses achados sugerem que as intervenções no estilo de vida, particularmente a dieta plant-based, combinadas com atividades físicas e suporte psicológico, têm um impacto benéfico na modulação da microbiota intestinal, reduzindo a presença de bactérias pró-inflamatórias e favorecendo o crescimento de espécies benéficas associadas à saúde intestinal. Este caso ilustra o potencial da Medicina do Estilo de Vida na melhora de parâmetros metabólicos e inflamatórios por meio da modulação do microbioma.

Biografia do Autor

Daniel José Matos de Medeiros-Lima, Coordenador Científico, Professor Associado, Clínica SPA Rituaali, Faculdade de Medicina de Campos, FMC, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil

Lorena Pinto Andrade, Professora, Centro Universitário de Barra Mansa, UBM, Barra Mansa, RJ, Brasil

Gabriela Raimann, Diretora Médica, Clínica SPA Rituaali, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Referências

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PMC6797948.

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Publicado

2024-11-02

Como Citar

1.
Medeiros-Lima DJM de, Andrade LP, Raimann G. Modulação da microbiota intestinal com estilo de vida: resultados de um programa intensivo de 14 dias. Congresso Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida [Internet]. 2º de novembro de 2024 [citado 30º de dezembro de 2024];7. Disponível em: https://cbmev.emnuvens.com.br/cbmev/article/view/126

Edição

Seção

Intervenções Multipilares da Medicina do Estilo de Vida

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